CINEMA NOS JARDINS

JANELA INDISCRETA

Cinema ao ar livre



Local | Praça D. Duarte

Horário | 14 de Julho - 22h00


Título original | Rear Window

De | Alfred Hitchcock

Género | Thriller

EUA, 1954, Cores, 85’


Janela Indiscreta é uma das pérolas de Hitchcock. James Stewart desempenha o papel de um repórter fotográfico (L. B. “Jeff” Jeffries) que, depois de ter partido uma perna, ficou confinado a uma cadeira de rodas, no seu apartamento em Nova Iorque. Para se distrair, começa a observar pela janela das traseiras a vida dos habitantes vizinhos. E, passado uns tempos, começa a suspeitar que um dos vizinhos do prédio oposto ao seu tenha assassinado a mulher. A namorada de Jeffries (Grace Kelly) e a sua enfermeira (Thelma Ritter) acompanham-no nesta aventura/investigação “voyeurista” – e o espectador também. Um dos primeiros cartazes publicitários do filme rezava assim: “Se não tem uma deliciosa sensação de terror ao ver Janela Indiscreta, belisque-se – você está provavelmente morto”.


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CINEMA NOS JARDINS


Os Jardins Efémeros 2014 seleccionam quatro filmes para exibir no âmbito da sua programação: Searching for Sugar Man (2012, Malik Bendjelloul), Rear window (1954, Alfred Hitchcock), Lisboa em Si (2013) e Arrugas (2011, Ignacio Ferreras). Em comum, diferentes modos de abordar e entender a visibilidade e a invisibilidade, sendo que uma não é sem a outra. A importância do que se mostra, do que se intui, do que se vê, de como se vê. A primazia no olhar, certamente. Como, a título de exemplo, afirmou Jacques Rancière (Os intervalos do cinema, 2012), referindo-se a Gilles Deleuze e a algumas das mais marcantes personagens de Alfred Hitchcock, a paralisia do sistema motor, isto é, a crise da imagem-movimento conduziria à revelação da imagem-tempo. Na verdade, o coração, o centro do dispositivo cinematográfico é a imagem, na sua complexidade e nos diferentes modos de operar. E, claro, de ser olhada.

Isabel Nogueira