DANÇA

BANCO DO TEMPO

Romulus Neagu



Local | Claustro do Museu Grão Vasco

Horário | 13 e 17 de Julho – 21h30


Direcção artística | Romulus Neagu

Criação e interpretação | Tiberius Neagu e Romulus Neagu

Música ao vivo | André Cardoso

Desenho de luz | Cristovão Cunha

Produção | Intruso

Apoio | Conservatório Regional de Música Dr. José de Azeredo Perdigão, Viseu



ESPECTÁCULO DE DANÇA E OFICINA PARA PAIS E FILHOS (Ver rubrica OFICINAS | A Carta)


Para falarmos de tudo isto, precisamos de dançar. A partir do coração.
Um homem e uma criança. Um pai e um filho. E um fio invisível a traçar caminhos e memórias num mapa afectivo.
Dá-me a tua mão.

Há momentos em que o pai se pergunta em que tempos imemoriais se conheceram. Estiveram sempre à espera um do outro.
Abraça-me por dentro.

Às vezes, dialogam silenciosamente sobre coisas entusiasmantes, outras inesperadas e outras sem importância nenhuma.
Vamos dançar. Para que não me adoeça o coração.


Há momentos em que me pergunto em que tempos imemoriais nos tínhamos conhecido. Creio que esperámos intensamente um pelo outro. Certo é que estivemos sempre ao nosso alcance, principalmente pela marca que cada um deixou no outro.

Ultimamente, o meu tempo transformou-se num constante diálogo silencioso contigo, descobrindo uma inteira geografia afetiva, baseada nos caprichos da memória. Desencadeou-se uma torrente de recordações: episódios da infância, a casa, o entusiasmo adolescente, o primeiro encontro, o desencanto subsequente, uma dança com consequências inesperadas, bagatelas quotidianas e pensamentos abstratos.

Mas, para falarmos de tudo isto precisamos de dançar. Vamos deixar que o protagonista da nossa dança seja o coração: o coração de pai, o coração de apaixonado, coração de discípulo, coração de filho, coração de homem, cheio de angústias, ou o coração – coração, personagem vedeta da nossa anatomia, que simplesmente num dia poderá adoecer.


É como uma carta ao filho este projecto coreográfico e emotivo. Através do movimento e da relação entre corpos, criam-se diálogos no espaço, sobre a memória, o pensamento, o medo, o crescimento, o amor e outras brincadeiras, mais ou menos sérias.
A partir do espectáculo que resulta deste encontro, entre um intérprete profissional e o seu filho de 10 anos, também o público (pais e filhos) é desafiado a improvisar pequenas partituras de movimento, com base nas suas relações físicas e afectivas e no universo artístico do espectáculo.


OBJECTIVOS PEDAGÓGICOS

Promover o contacto com a dança contemporânea;
Proporcionar um espaço de descoberta do corpo, da expressão corporal e da relação com o outro;
Estimular competências criativas, expressivas e afectivas, entre pais e filhos.


METODOLOGIA

O espectáculo tem a duração de aproximadamente 30 minutos e a lotação pode variar entre 30 a 40 pessoas.



Romulus Neagu | Nasceu em 1973 e fez a sua formação no Liceu de Coreografia, em Bucareste. Aprofundou, posteriormente, os seus estudos na dança contemporânea com Christine Bastin, Karine Saporta, Thiery Bae, Dominique Bagouet, Jeremy Nelson e Joseph Nadj, entre outros. Trabalhou na Ópera Nacional de Bucareste, Ventura Dance Company, Companhia Paulo Ribeiro e colaborou em vários projectos dirigidos por Benvindo Fonseca, Cláudio Hochman, John Mowat, José Wallenstein e Madalena Victorino. Em co-produção com diferentes entidades realizou vários projectos próprios, entre os quais: “O ensaio de um Eros possível”, “A invisibilidade das pequenas percepções”, “A partir do adolescente míope” e “Alibantes”. Desenvolve uma actividade regular de formação na área da dança, criando vários projectos para grupos específicos, comunidades de imigrantes e portadores de deficiência, entre outros. Artista associado no Teatro Viriato em Viseu, é fundador e director da Associação Cultural Intruso, projecto de criação e intervenção artística. Actualmente é professor no Conservatório de Música da Jobra, no departamento de dança, em Branca, Aveiro.


Tiberius Sebastian Neagu | Nasceu em 2004 na cidade de Viseu. Em paralelo com os estudos do 1º ciclo, frequenta no Conservatório Regional de Música “Dr. José de Azeredo Perdigão”, em Viseu, as classes de formação musical e piano com os professores Eduardo Fiuza e José Miguel Amaral. Desde 2010 faz parte da equipa de natação do Académico de Viseu. Com as suas prestações nos torneios locais e regionais classificou-se várias vezes nos primeiros lugares do pódio. Participando em diversos concursos e festivais de música, foi galardoado com os seguintes prémios: 3º Prémio (Piano, nível 1) no Concurso Internacional “Cidade de Fundão”, Fundão (2012); 1º Prémio (Piano A) no 6º Concurso de Instrumentistas, Festival de Música da Primavera, Viseu (2013); 3º Prémio (Piano E) no V Prémio Nacional Elisa de Sousa Pedroso, Vila Real (2013); 1º Prémio (Piano B) no 7º Concurso de Instrumentistas, Festival de Música da Primavera, Viseu (2014). Em 2012 e 2014 recebeu o Reconhecimento do Mérito Cultural por parte da Câmara Municipal de Viseu. Em 2013, participou como intérprete na instalação/performance “Casa”, na autoria de João Dias e Romulus Neagu, apresentada no festival Jardins Efémeros. Ultimamente participou na instalação/performance “Macário” de Manuela Barile, no festival VISEU A, organizado pelo Teatro Viriato.